O AMOR NA ANÁLISE

Rubem Alves tem um texto que fala assim: “A gente ama não é a pessoa que fala bonito, é a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando nasce de uma longa e silenciosa escuta”. Todo mundo ama um pouquinho sua analista. Quem já experimentou, sabe.

Essa frase do Rubem Alves me remete a isso… A gente vai se deixando levar naquele encontro… Naquela pessoa que nos escuta tão bem… Se tudo flui, enxergamos oportunidade naquela figura.

O amor vai crescendo à medida que o analista vai vencendo as nossas resistências e todo tipo de dificuldade que a gente mesmo põe pelo caminho. Até que a gente vai ganhando intimidade e começa a repetir nossos padrões amorosos com ela, porque não existe amor que não mostre os nossos traumas infantis.

Só tem um probleminha: esse amor é, em certa medida, impossível. Sua analista não vai ser sua namorada, sua amiga, muito menos sua mãe. A analista vai ser sempre a analista, até que se possa entender que o enamoramento não foi pela pessoa, mas sim pela situação de análise e todas as situações que ela pôde ir reparando dentro de você.

Essas ideias tão lindas e tão básicas em Psicanálise estão no artigo “Observações Sobre o Amor Transferencial” do Freud (1914 – 1915).

© 2025 MARIANA ARAÚJO
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